Platão é um dos principais alvos da astrofotografia lunar.
Uma boa foto de Platão deve mostrar pelo menos 3 ou 4 crateras menores presentes em seu piso, sempre com tonalidade mais escura do que o terreno adjacente.
Mas todo bom atrofotógrafo que se preze, sabe que não é fácil fazer com que essas pequenas crateras apareçam no seu chão e, para que isso ocorra certas condições devem ser atendidas.
Em primeiro lugar é ideal uma abertura não inferior a 250mm, não que seja impossível registrá-las com 200mm ou mesmo 180mm, mas com 250mm fica bem mais fácil.
Em segundo lugar o ângulo de incidência da luz Solar também deve ser observado, se o terminador for muito baixo e próximo, o contraste é muito grande dificultando o registro, se em compensação o Sol estiver muito alto, as crateras menores não formam sombras o que também impossibilita registrá-las. Acredito que o ideal é o Sol numa altitude de 30° a 45° assim o contraste não é tão grande e ainda se formam sombras facilitando sua percepção.
Em terceiro lugar devemos dar atenção ao seeing, com um seeing ruim qualquer registro é quase impossível, pois essas pequenas crateras desaparecem quando a turbulência é forte.
Foco não vou falar porque qualquer erro destroi um bom resultado!
Como regra geral, a fim de obter uma foto impressionante de pelo menos algumas dessas peqenas crateras, elas teriam que ser visíveis brevemente durante a captura de tela em tempo real no lap top. Se assim for, aprendemos que após os melhores quadros empilhados, essas pequenas crateras se mostrarão com perfeição como pode ser visto na foto em anexo.
Vallis Alpes, no sul de Mare Frigoris, não muito longe da cratera Cassini e da Grande Planície Oriental de Platão, é um dos vales lunares mais espetaculares.
Visto nesta imagem, Vallis Alpes (Vale Alpino) é uma formação que se estende por 166 km do Mare Imbrium, seguindo para nordeste até a borda do Mare Frigoris. Este vale foi descoberto em 1727 por Francesco Bianchini. O vale é estreito em ambas as extremidades e no centro se alarga tendo cerca de 10 quilômetros de diâmetro.
O fundo do vale tem uma superfície plana, inundada de lava com um estreito 'canal' serpenteando no meio. Esse canal, geralmente é considerado como um "graben", uma área entre duas falhas paralelas que caíram abaixo da área circundante. Já o estreito canal interior acredita-se que se formou após a formação da bacia do Imbrium, depois de escoadas as lavas que fuíram até o mar. Corresponde provavelmente a um 'tubo de lava' que desabou em um episódio geológico posterior devido à alta velocidade e baixa viscosidade do magma.
Muito interessante saber que os canais são comuns na lua, considerados uma das feições vulcânicas mais fascinantes devido à sua ampla gama de escalas (de 100 metros a mais de 100 km de comprimento) e morfologias que apresentam (lineares, curvas ou sinuosas). .
Os canais normalmente se formam quando os fluxos de lava erodem a superfície existente, derretendo o substrato, removendo material mecânico ou uma combinação de processos térmicos e mecânicos. No entanto, alguns podem ter sido tubos de lava, rilles, que sofreram colapso do telhado após sua formação.
Tentar detectar este canal relativamente estreito e sinuoso que corre ao longo do fundo de Vallis Alpes é um dos desafios favoritos dos observadores lunares, suas dimensões exatas não são exatamente determinadas, mas sua visão é um teste muito satisfatório, assim como as pequenas cratereletas no piso Plato.
Espero que essas dicas tenham alguma utilidade para quem como eu gosta de se aventurar na fotografia Lunar !
