Theophilus Cyrillus and Catharina

Espaço reservado para astrofotografia de nosso único satélite, até então o único corpo fora da terra em que colocamos os pés.

Moderator: Astroavani

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Astroavani
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Theophilus Cyrillus and Catharina

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Quando vejo Theophilus, Cyrillus e Catharina bem posicionados em relação ao terminador não consigo deixar de fazer alguns frames.
Theophilus é uma formação espetacular com todas as complexidades inerentes a uma cratera da classe Tycho: paredes com terraços, piso plano e magníficos picos montanhosos centrais. Tem 96 km de diâmetro, e a queda das montanhas mais altas da borda até o andar de baixo é de 4,3 km, imagine um observador no topo da montanha olhando o piso abaixo, deve ser de tirar o fôlego! Observadores relataram que a forma da montanha central parece mudar à medida que a lunação avança, deve ser devido ao jogo de sombras, mesmo assim, fique de olho em Theophilus nas próximas lunações e veja se você concorda.
Observe como o piso de Theophilus é muito mais liso do que os pisos de Cirillus e Catharina. Quando ocorreu o impacto que produziu Theophilus, grande parte do material escavado disparou para cima. Quando voltou (na forma de rochas derretidas e pedregulhos do tamanho de montanhas), escorreu pelo no chão liso em forma de lava.
Há também derretimento de impacto ao redor do exterior da cratera (seta 1) que pode ser facilmente visto com telescópios de quintal. Aproveite isso, pois não há muitos lugares na Lua onde você possa ver tal coisa. A maior parte desse derretimento de impacto ocorre ao nordeste da cratera e flui para Sinus Asperitatis. O cientista lunar Charles Wood aponta que isso ocorre porque a borda sul é mais alta. Logo após o impacto, os terraços situados a sudoeste (seta 3) desabaram no lago de lava derretida abaixo, veja ainda hoje o bloco triangular que escorregou para baixo semelhante ao encontrado na cratera Platão (seta 2) . Não esqueça que esses terraços tinham mais de 4 Km de altura, imagine essa quantidade colossal de entulho caindo sobre a lava derretida, isso formou ondas gigantescas de lava quente correndo em direção ao lado oposto. Como a borda norte é mais baixa, essas ondas se chocaram contra a parede, subiram suas bordas, transbordaram para o lado de fora da cratera e se acumularam ao nordeste como pode muito bem ser visto e indicado pelas setas 1.
Por que essa área atrai tanto interesse dos observadores? Talvez porque inclua a segunda cratera melhor visível da Lua (depois de Copérnico). Isso significa que todo interior da cratera Teophilus é claramente visível, com seu amplo piso plano e enormes montanhas centrais. A segunda razão que faz dessa área um dos alvos prediletos é que existem ali três crateras, Teophilus, Cyrilus e Catarina. Essas três crateras têm aproximadamente 100 quilômetros de diâmetro e ilustram estágios diferentes de degradação. A cratera Cyrilus é mais antiga que a cratera Theophilus pois nota-se que sua borda foi modificada pelo impacto que formou Theophilus. Já cratera Catharina é certamente a mais antiga das 3, tanto por estar mais desgastada como por ter sido modificada por várias crateras de impacto posteriores, podendo inclusive ser visto na sua borda norte uma grande cratera, além de ser muito mais rasa que as outras o que significa que provavelmente foi preenchida com material ejetado da Bacia Imbrium.
Talvez existam razões adicionais para tornar este local privilegiado para observação, um mar, uma bacia inundada cortada por zonas de serra e 3 crateras magníficas.
Quando você observa uma região lunar e tem conhecimento de todos esses fatores, certamente você verá a Lua com outros olhos!
Texto e adaptação: Avaní Soares

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